Eles não me entenderam, eles nunca me entenderão na verdade,
pois sempre tiveram medo de tentar, vivem num mundo onde as coisas nunca foram
feitas para durar. Mundo carente de atitudes nobres, mas infestado pela pobreza
do espírito.
Eles continuam pensando no dinheiro, continuam desafiando a
si mesmos na busca pelo que não sabem.
Buscam a fuga que se pode pagar, mas
esquecem de todo o resto que não tem preço. Nunca percebem aquilo que não se
pode comprar nem com todo dinheiro do mundo.
Falsa riqueza. Riqueza de tristeza.
Meu tempo é simples, é andar debaixo das árvores, é colher
sorrisos maduros. É regar a ousadia com um pouco de elogio e ver nascer
felicidade.
Meu tempo é ouvir, meu mundo é novo todos os dias. Minha sede é por
entender o óbvio, por perceber a fundo todos os detalhes, todas as linhas,
traços, cores e amores.
O grande valor das coisas mora no gesto mais simples, ao lado
da casa da falta de interesse, em frente a rua da simplicidade, sem número e
sem endereço. Eu nunca precisei deles para chegar. São as atitudes que nos
levam até lá, quando não temos condições de ir através das nossas, pegamos
carona com outras que raramente passam por aqui. São raras, mas quando passam
por nós, nunca temos vontade de deixar ir.
Esse encontro é a melhor coincidência de todas. Podemos respirar
um ao outro, como evidência de que nada termina quando não permitimos.
Eu não quero que eles me vejam. Não quero que nos vejam, não
quero que sofram mais ainda. Eles nem sonham o nosso sonho, nem imaginam o
tamanho do nosso paraíso.
Seria covardia demais esculpir tanta felicidade em muros de
pedra.
Nosso passeio pela praça transborda de tanta alegria, nossas
mãos buscam umas pelas outras, nossa satisfação é a de poder falar o que sentimos,
demonstrar com palavras as atitudes planejadas para depois.
Quando paramos e
olhamos bem fundo nos olhos do nosso coração sentimos que ele é quem vai parar,
saímos dessa órbita juntos, sempre juntos e depois retornamos devagar.
A chuva é só um detalhe. É o pano de fundo para nossos risos
e sorrisos. Risadas nossas, risadas do outro, risadas sem controle. Perdemos o
controle da hora quando estamos juntos. Nunca perdemos tempo olhando o ponteiro
nos levar. Estamos juntos demais para parar.
Somos encanto inundando toda a cidade.
Eles poderiam não resistir, poderiam não suportar e no ato
mais louco de revolta transbordar seu próprio mundo no nosso mundo. O mundo onde
amar é a maior das estradas sem vontade de chegar.
W.O.
Belo texto ... Tão simples e tão profundo. Leitura fluída, com tanta coisa linda de se passar os olhos nessa prosa poética, romântica e sincera.
ResponderExcluirLindo texto...sempre bom reler!
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