Estamos do lado de fora da guerra. Observamos falsos soldados
entregando suas vidas em nome da revolução. Em nome da mudança. Reparamos no
sangue escorrendo na ponta das baionetas, são flores jogadas no lixo. Assistimos
o mais feroz dos combates em tempo real, é o tempo mentiroso em que sobrevivemos.
Não queremos nada com essa revolução.
Somos reacionários por natureza!
Queremos a boa preocupação de volta. Queremos descobrir por
onde o cuidado anda.
Lá fora estão pregando uma revolução que nos deixará a pé de
sentimentos. Temos que resistir até o fim, temos que exigir o direito de sentir
amor, temos que nos armar até os dentes com toda ambição de que o simples nunca
desaparecerá. Estão tentando implantar nas mentes que o fácil é o certo, que
carinho é sexo, que amor é transar no primeiro encontro, que o diferente é mais legal que a responsabilidade, que namoro é ficar pelado para o outro em todos os encontros, que
sentir desejo por alguém do mesmo sexo é imitar a “modinha” da novela das oito.
Para onde estão tentando levar o respeito? Onde estão tentando esconder o respeito dos
filhos com os pais? Onde fica o cativeiro do amor dos pais pelos filhos? Será que
estamos gastando mais tempo em frente ao computador e menos tempo tendo uma
conversa sincera e honesta? Conversa de amigos?
Será que os pais tem abandonado os filhos e deixado que estranhos cuidem
deles? Será que em tão pouco tempo nos
tornamos miseráveis na sensibilidade com o outro? Será que aplicativos
substituíram atitudes? Nosso fracasso se aproxima em esfera mundial.
Eu quero continuar sendo chamado de antigo, quero ouvir
dizer que sou “careta”, quero permanecer sendo taxado como romântico por
convidar uma mulher para jantar e puxar a cadeira dentro do restaurante para
que ela se sente primeiro que eu, quero continuar ouvindo piadas por abrir a porta
do carro, quero continuar escutando bobagens de quem é infeliz no amor, de quem
no fundo queria ser como eu sou e nunca teve coragem. Nunca mandou flores,
nunca disse “Eu te amo”, nunca se deitou na areia da praia e viu o sol se pôr,
nunca guardou uma carta manchada de lágrimas, nunca deixou suas lágrimas em alguma
carta, nunca recebeu uma carta,nunca morreu de paixão, nunca ressuscitou por
amor, nunca virou o jogo, nunca venceu seu medo de amar primeiro sem esperar
nada em troca.
Quero continuar me sentindo alegre nos limites, pois fui criado
com eles e nem por isso sou menos feliz.
Quero continuar ainda que sozinho desafiando a massa de
manobra.
Amor é diferente de liberdade. Quem ama impõe limites, pois
todo limite do amor reside nas fronteiras do coração.
Se a revolução deles quer mudar o amor de verdade junte-se a
nós e seja reacionário.
Seus sentimentos mais vivos agradecem.
W.O.
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