Ser solteiro é ter uma aliança consigo mesmo, não é fácil,
ás vezes nem mesmo sozinhos nós nos toleramos; deixando de nos implicar ou de
nos complicar. Quase sempre não conseguimos nos entender.
O solteiro bem resolvido não teme a solidão, pois vive bem
consigo mesmo, é altruísta, assexuado no amor, dependente na paixão por si
mesmo, quase um narcisista de alma. Ele demonstra as incertezas quando passa
por dificuldades, mas exala otimismo por saber conviver com sua própria
presença.
O solteiro mal resolvido teme a solidão, na verdade até por
se considerar mal resolvido ele ainda não definiu se deseja ou não seguir na
vida de forma singular. Seu pensamento sempre será um plural. Ele teme que a
sua escolha seja a errada, que seu tiro seja de raspão, que sua vida nunca mais
tenha o mesmo sentido depois de ter sido eleito por uma pseudo- solidão.
Solidão essa que nem sempre nasce quando estamos
desacompanhados.
Já vivi solidão ao lado de outra pessoa, já velei a
felicidade em meio à multidão, Já enterrei minhas vontades diante de grandes plateias. De nada adianta buscar a felicidade no outro
para tentar minimizar nossa tristeza. Não adianta buscar o sucesso no outro
para amenizar nosso fracasso, a saúde do outro para acalmar nossa doença.
Precisamos é da cura. Precisamos receber alta de nós mesmos,
deixar de lado os infortúnios do passado, sair dos aparelhos, voltar a respirar
o ar de uma pessoa de verdade.Viver dentro
de alguém que nos traga de volta a vida.
Alguém que seja um desfibrilador de alegria e bons sentimentos.
A vontade de viver tem que existir primeiro em nós, seu
brilho é que deve atrair a luz do outro e nunca a sua escuridão.
Ser solteiro nunca será um demérito, desde que você goste
sempre mais de você primeiro do que do outro e depois sinta prazer em gostar do outro.
Melhor a alegria de caminhar sozinho todos os dias dando risada
da vida e de si mesmo, que a triste sensação de uma falsa companhia com prazo
de validade vencido.
W.O.